quinta-feira, 11 de março de 2010

a câmera que filma os dias

Ele carrega o nome de um rei grego, não obstante, tem a cara da Grécia: gosta de se vestir bem e adora uma festa!
Mas grego mesmo é esse jeito meio “cazuza” de ser: esbanja charme e como é difícil ser só de alguém! Porque ele é de todo mundo! E todo mundo o deseja!
Sabe aquela pessoa que lhe causa friozinho na barriga antes de encontrar? Não, eu não estou falando de paixão, estou falando de um dos tipos mais bonitos de amor mesmo. Só não há mais ansiedade na espera porque ele é dono da pontualidade britânica.
Eu sou fascinado pelas pessoas que sabem cumprir horário, embora algumas vezes eu já torci pra que ele atrasasse, só alguns minutinhos, pra eu poder me arrumar melhor, porque perto dele a gente precisa estar impecável.
Não, ele não exige nada. Quando a gente reclama algo do estilo não estou bem vestido, ele logo revida dizendo que está ótimo, eu vou de havaianas. O problema é que ele sempre arrasa, inclusive com as havaianas.
Se a gente vai ao show, a amiga de todas as horas precisa sentar no meio. Senão a gente não agüenta e chora muito sentido as emoções um do outro.
Quando estou triste, é o abraço dele que me faz sentir a pessoa mais especial do mundo. E o que dizer então das mensagens no celular com o jeito carinhoso de sempre me chamar de migote?
Irritado, mas amoroso. Temperamental, mas divertidíssimo. Estiloso, mas humilde. Imperioso, mas sensato.
Quantas terças-feiras da minha vida foram feitas especiais por ele! Mas quantas semanas inteiras eu tive mais vontade de viver, porque a energia contagiante dele estava ao meu lado.
Existiram dias que eu não tinha vontade de sair do meu infinito particular. O que meu corpo pedia era um gole de álcool pra cultivar as depressões. Mas ele esteve comigo nos momentos mais difíceis e me fazia sentir a pessoa mais rica e feliz do mundo.
Agora, sabe qual o barato de tudo isso? Ele nunca soube o quanto as suas mínimas atitudes me tocavam e me tocam. Ele sempre foi especial sem eu dizer o quanto isso tudo me faz bem!
É ele quem me leva pra assistir Ana Carolina, pra comer comida japonesa ou pizza sem queijo, pra fazer happy hour às 17 horas, pra passear na 25 de março, não, desculpa, na Oscar Freire e, reitero, me dá um abraço! Ah, que abraço...
Era uma manhã de céu muito azul e foi no meio de caretas e abdominais doloridas que a câmera que filma os dias o encontrou.

Teus gestos solitários pela lente sem fim
E lento o tempo parecia desfocar
Tanta coisa escapa sem o olho ver
E às vezes as imagens vem nos assaltar
Ter te visto assim sem jeito e sem querer
Foi o tiro certo para começar

Eu pressentia que algo grandioso estava por nascer, mas eu precisava esperar pelo tempo. Tempo, tempo, tempo...
De repente, tudo começou a ficar tão difícil e o inverno chegou para mim, ops, para nós!
E foi assim

A câmera que filma os dias tomou conta de mim
E passei aquele inverno inteiro a te focar

Foi nas lentes dessa câmera que nasceu um sentimento verdadeiro, duradouro, e por que não dizer ETERNO!
Se ele fosse meu irmão de sangue, provavelmente a gente não se compreenderia tão bem assim. O amor fraterno nem seria tão intenso.
Mas, o gostoso mesmo dessa história toda é concluir que

A câmera que filma os dias deu um giro e parou
Na lojinha da cidade com o preço bom
Era um dia de inverno quando você chegou
Amigo! Se não fosse teu abraço compraria um moleton

2 comentários:

  1. De fato não há sentimento como a amizade!
    Aqueles que não a percebem e não são capazes de compreendê-la.
    Parabéns pelo texto e mais ainda pelo sentimento!

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